lunes, 4 de marzo de 2013

Argumento. Portugues



A feminização do mundo é a interpretação que J.-A. Miller e Eric Laurent fizeram sobre a civilização atual na qual encontramos uma primacía do modo de gozo feminino. Podemos nos remitir para sua elucidacão à formula I < a, que corresponde à queda do Ideal e a promoção do máis-de-gozar, à ascensão do objeto “a” ao céu do gozo, tal como antecipou J. Lacan. A feminidade emergente no seculo XXI é uma sintagma que nos interroga na medida em que se constata a ocupação cada vez maior das mulheres em diferentes setores de poder econômico e político, na igualdade de direitos das mulheres diante dos homens, na simetria existente nos laços, onde as diferenças com o Outro sexo tendem a se diluir, na “feminização”da autoridade paterna, ao encontrarmos com pais maternizados exercendo sua função. Como essa mudança de paradigma atinge aos corpos, seu gozo e a relação entre os sexos? Que consequências têm nas subjetividades, diante da queda do Nome do Pai, a permanente avaliação que se torna solidária de uma suspeita generalizada? Que incidência tem nesta época do não-todo nos novos modos de governo conduzido por mulheres? A violência, cujo objeto são as mulheres, o feminicidio, ou as crianças, o infanticídio, desprendem-se também deste efeito? Como incide o efeito feminizante e que consequências extraímos na clínica das novas configurações familiares? Na época do avanço tecnológico e científico, onde as neuro-ciências e o seu afã avaliador do sujeito faz eco desse regime não-todo que favorece o todos iguais, como se introduz a diferença? Ao terem sido sacudidos os semblantes tradicionáis e quêstionado o principio do limite que está do lado do masculino da sexuação, o lado fálico, como se orientam hoje os sujeitos que não se orientam pelo falo? Os psicanalistas nos encontramos trabalhando para o próximo Congresso da AMP “Um real para o seculo XXI”, e contamos com os avanços produzidos no Congresso anterior “A ordem simbólica no seculo XXI”. Alí escutamos situar a aspiração à feminidade e suas consequências, a produção de um efeito “feminizante” que envolve o feminino e sua relação ao não métrico, à invenção; as variações da autoridade feminina, que se legitima a partir de dar lugar para que se produza o acontecimento. E. Laurent em conversa com J.-A. Miller no Outro que não existe e seus comitês de ética, situa a especial relação que as mulheres têm com o significante do Outro que não existe, o qual as torna muito mais sensíveis para esse estado atual do Outro que requêr máis talento na hora das negociações e encarnação de poder. É um modo de inscrição no Outro, que prescinde um pouco do ideal. Não há o gosto feminino pelo ideal, e isto hoje se estende além das mulheres, o revelamos na experiencia clínica ou em diferentes manifestações sociáis e existem consequências que podemos extrair deste fenômeno. São avanços, que longe de fechar o círculo de respostas, nos relançam a outros interrogantes e a novas leituras, contando com esta mudança de regime de existência no qual o não-tudo reina. Esse tema, tão enigmático quanto apaixonante nos convida ao trabalho e à investigação nos colocando na marcha de cara ao próximo nosso Instituto.

  Traducción: Josefina Elias
Revisado por: José Vidal

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